“A arte de rua liberta!” Essas foram as palavras de ordem na noite da última terça-feira (23 de julho), na Academia de Letras da Bahia, que, lotada, foi palco da assinatura do Acordo de Cooperação Técnica entre a ALB e o Grupo de Arte Popular A Pombagem.

Assinado por Ordep Serra, presidente da ALB, e por Fabrício Brito, diretor d’A Pombagem, o documento representa a abertura da instituição centenária para a periferia e suas manifestações culturais e intelectuais.

“Esta casa quer o povo, e nós queremos que ela esteja sempre assim, ocupada por nossa gente. Nós, da Academia de Letras da Bahia, nos sentimos honrados em recebê-los e felizes por esta parceria, que culminará em uma programação com uma série de atividades conjuntas”, afirmou Ordep Serra, que agradeceu, ainda, à presidenta da Funarte, Maria Marighella, responsável por apresentar a ele o coletivo artístico.

Fabrício Brito comemorou: “Estamos muito felizes, porque essa parceria cria um espaço de diálogo da Academia com a Pombagem; mas não só com a Pombagem, e sim com uma série de coletivos que estão com a gente, por meio da Periferia Brasileira de Letras (PBL)”.

A assinatura aconteceu durante a realização de mais uma edição do seminário ‘Arte e Pensamento’. Após abordar temáticas relacionadas às causas indígenas, abolicionistas, feministas e LGBTQIAPN+, dessa vez, o projeto trouxe à luz a produção intelectual e artística da periferia.

Participaram do debate a conselheira tutelar e liderança do bairro do Calabar Mianga Gavião; o educador e sociólogo Ailton Ferreira, coordenador do Instituto Reparação, superintendente de Direitos Humanos do Estado e ex-secretário Municipal da Reparação; além do próprio Fabrício Brito, que também é articulador da PBL.

Estiveram presentes, ainda, o secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro; os deputados estaduais Marcelino Galo e Robinson Almeida; e a chefa de Gabinete da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Aldinha Sena.

Na ocasião, o grupo A Pombagem levou para a ALB um trecho do espetáculo ‘O Museu é a Rua’, que reúne teatro e museologia. “O museu é a rua e a arte não morre!”, sentenciaram, em alto e bom som, os integrantes da companhia, sob fortes aplausos do público.

Representando o Slam das Mulé, coletivo literário de Camaçari, Lara Nunes cantou à capela a belíssima ‘Coroa Ancestral’ e recitou o poema ‘Poesia de Cor’, ambos de sua autoria. “Tentaram apagar nossa história, mas nossa juba é dura na queda”, entoou, em uma performance de arrepiar.

Uma noite para entrar para a história da ALB!