O projeto Encontros ALB discute o patrimônio histórico relembrando os 90 anos da demolição da Sé Primacial do Brasil.

No mês de comemoração do Patrimônio Histórico, a Academia de Letras da Bahia promoverá uma discussão sobre os 90 anos da demolição da Igreja da Sé. A palestra faz parte do projeto Encontros ALB e será ministrada pelo acadêmico e historiador Fernando da Rocha Peres. O evento presencial acontecerá em 07 de agosto, às 17h, no Palacete Góes Calmon.

A demolição da Igreja da Sé ocorreu em 07 de agosto de 1933, resultando em uma perda inestimável para o patrimônio histórico e arquitetônico do Brasil. A data da palestra enfatiza os 90 anos da ocorrência. O historiador, em seu livro “Memória da Sé” (1974), abordou a destruição de construções religiosas e históricas em nome do progresso, liderada pelo então governador José Joaquim Seabra.

Sobre a Igreja da Sé

A história da Sé Primacial do Brasil remonta a 1551, quando Salvador foi escolhida como sede da diocese. Inicialmente, a Capela de Nossa Senhora da Ajuda, conhecida como Sé de Palha, serviu como a primeira catedral. Posteriormente, uma nova Sé em pedra e cal foi construída no século XVI. No início do século XVII, passou por outra reconstrução e, na segunda metade do século XVII, foi reformada com magnificência. Ao longo do tempo, enfrentou problemas de conservação e falta de reparos adequados.

Em 1933, a catedral e dois quarteirões do centro histórico foram demolidos para dar espaço aos trilhos dos bondes da Companhia Linha Circular de Carris da Bahia, como parte das reformas urbanísticas. Essa demolição gerou polêmica, mas resultou na criação da Praça da Sé, onde foi colocada uma homenagem a D. Pero Fernandes Sardinha, primeiro bispo do Brasil. Elementos decorativos salvos estão preservados no Museu de Arte Sacra da UFBA, mantendo a memória do importante patrimônio religioso e histórico.

O Encontros ALB é uma iniciativa da Academia de Letras da Bahia que busca aproximar as artes, especialmente a literatura, da sociedade. O projeto conta com apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.