A Academia de Letras da Bahia realizará a Mesa Redonda “Do Indianismo ao Pós-Indianismo: omissões ou denúncias na literatura brasileira?” com a professora Lícia Soares de Souza, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). O evento presencial ocorrerá no dia 19 de outubro de 2023, a partir das 17h, na sede da ALB, o palacete Góes Calmon.

No ano de 2023, dois eventos capturam nossa atenção. O bicentenário do nascimento do escritor indianista, Gonçalves Dias, e a trágica descoberta do genocídio reconhecido pela justiça brasileira, perpetrado contra a nação indígena Yanomami em Rondônia. O Indianismo, inaugurado por Gonçalves Dias, em pleno Romantismo brasileiro, tornou o indígena símbolo da jovem nação brasileira. No entanto, violências e crueldades  continuaram ao longo desses dois séculos, provocando extermínios com novas epidemias, e o desgaste no trabalho escravo.

A Mesa Redonda propõe analisar obras decisivas de autores como Antônio Callado, Darcy Ribeiro, Antônio Torres e Márcio Souza, que confrontam o apagamento da vida indígena por ação de militares e categorias extrativistas como os garimpeiros e os madeireiros. Além de observar o movimento crescente do Pós-indianismo, que intenciona dar voz aos povos originários que retratam, em formas estéticas apropriadas, seus territórios de referência.

Sobre Lícia Soares de Souza:

Lícia Soares de Souza é professora da UNEB, atuando também no programa Cultura e Sociedade da UFBa, e é professora associada da Université du Québec à Montréal. Com doutorado em Semiótica pela UQAM e pós-doutorado na Universidade de Kassel, Alemanha, ela é uma renomada pesquisadora, autora de vários artigos e livros, incluindo “Introdução às Teorias Semióticas” e “Pragmática Pós-metafísica: o infradireito na literatura e cinema brasileiros”.

Além de sua contribuição teórica, Lícia Soares de Souza é uma escritora prolífica, tendo publicado romances em francês no Canadá, uma coletânea de poemas em alemão e diversos livros no Brasil. Seu próximo romance, “Quando as traças criaram asas”, será lançado em breve pela Editora Autografia do Rio.

Não perca a oportunidade de participar desta Mesa Redonda, onde a literatura se torna palco para discutir questões fundamentais sobre a representação e a voz dos povos indígenas na sociedade brasileira.

A Academia de Letras da Bahia tem apoio financeiro do Governo da Bahia, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.