Texto originalmente publicado na Revista da Academia de Letras da Bahia, Janeiro de 2019, n. 57.
Ruy Espinheira Filho
SONETO DA BIBLIOTECA
São todos estes livros. Vasta vida
pulsando forte aqui, era após era
de pensamento nítido, quimera,
certezas, corvos de ilusão perdida.
Sim, esta é a sala nunca anoitecida.
Nada adormece. Tudo freme e gera
luzes e trevas do santo e da fera
que é o homem, sempre, de alma dolorida.
São todos estes livros que se falam
o tempo inteiro, em alegria ou pranto,
de tudo o que se criou ou se perdeu.
E em seu silêncio eles jamais se calam
de Beleza e Verdade. E ornam de espanto
o sonho de uma sombra que sou eu.
[ texto incompleto – apenas para testes no site ]